O governo federal anunciou nesta 2ª feira (16.dez.2025) um investimento superior a R$ 4 bilhões para estruturar a concessão do sistema metroviário da Região Metropolitana de Recife, em parceria com o governo de Pernambuco.
O anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da governadora do Estado, Raquel Lyra, e de ministros e congressistas. O modelo adotado será o de parceria público-privada, com licitação prevista para 2026.
Segundo Rui Costa, o aporte federal será destinado à requalificação e modernização do sistema antes da concessão. O valor final dependerá de audiências públicas e da modelagem conduzida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O contrato da parceria terá duração de 30 anos. Até a conclusão da licitação, a operação continuará sob responsabilidade da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), vinculada ao governo federal.
O ministro afirmou que a União gasta cerca de R$ 600 milhões por ano no custeio do metrô do Recife. O governo estadual desembolsa aproximadamente R$ 500 milhões anuais para manter o sistema de ônibus. Segundo ele, o volume de recursos não se reflete na qualidade do serviço.
Rui Costa citou falhas recorrentes na operação, como longos intervalos entre trens, interrupções frequentes e incêndios recentes em vagões. O diagnóstico foi apresentado como justificativa para a mudança no modelo de gestão.
Como medida imediata, o governo federal anunciou investimento de R$ 150 milhões para manutenção emergencial. O pacote inclui reforma de estações, ajustes no sistema elétrico e substituição provisória de trens em piores condições.
A governadora Raquel Lyra disse que o Estado não tem capacidade fiscal para absorver sozinho os investimentos necessários. Segundo ela, Pernambuco pode contratar cerca de R$ 2 bilhões por ano em crédito, o que torna o aporte federal essencial para viabilizar a concessão.
O modelo inclui a criação de um fundo garantidor com participação da União. A medida busca assegurar repasses ao Estado e reduzir riscos para investidores privados, evitando aumento de custos na licitação.
O governo federal afirmou que também trabalha com Pernambuco para viabilizar a compra de pelo menos 100 ônibus elétricos. A frota deverá reforçar o transporte durante as intervenções no metrô.

